A dimensão humana do Direito Criminal, sentida por quantos o têm de viver profissionalmente mas não perdem o horizonte humanista da vida, os que não deixam os sentimento à porta dos seus gabinetes de trabalho, não reduzem a profissão a uma tecnocracia da repressão.
Tive o privilégio de me irmanar ontem a uma larga comunidade, que enchia uma sala da Igreja de Santa Isabel. Eram técnicos de reinserção social unidos pela amizade e pelo apreço. Tinham juntado a expressão sentida das suas vivências em torno de um livro que ali se apresentou. Nuno Caiado havia-o organizado e a um mote seu a assistência abriu-se espontânea em intervenções.
Com nostalgia revivi, vindos da memória, nomes queridos como os de Fernanda Farinha, Amélia Vera Jardim, João Figueiredo e tantos outros. Lembrei-me dos anos já longínquos em que participei com este num debate organizado no Centro de Reflexão Cristã, animado pela Manuela Silva e pelo José Leitão, num debate a que levei o conteúdo céptico quanto ao ressocializar sem socializar. Mais próxima, ali estava a presença da minha última aventura como editor e o livro sobre vigilância electrónica, que o Nuno Caiado escrevera e sob a chancela da minha já ida Labirinto de Letras dei à estampa.
Regressei a casa reconfortado. Perdoei-me por ter incumprido os deveres da minha profissão, gratificado por ter sido por uma causa que tudo sobreleva, a da comunhão com os outros.