Escrevi já, a 30 de Junho de 2019, sobre a sua biografia publicada esse ano por Enrique Roldán Cañizares, na sequência da tese de doutoramento que lhe dedicara. Está aqui esse meu escrito e aqui a tese doutoral.
Chegou hoje um segundo esforço biográfico, tal como aquele outro de comovida homenagem, este mais centrado sobre a sua vida política. Agora, tal como quase há três anos «não poderia, porém, deixar de vir aqui sinalizar, uma estridente alegria ante o livro e a nostalgia pelo que poderia ter feito da sua lição de vida.»
Ante a monumentalidade da obra jurídica e criminológica de Luís Jimenez de Asúa espanta o esquecimento a que está votado em Portugal. Talvez porque o seu ser político tenha estado em contra corrente. Morreu como Presidente da República espanhola no exílio. Os mestres que se veneram no Direito são consensuais em vida; aos rebeldes resta a homenagem póstuma, pois a morte permite tornar o que foi vida em lenda.
Trinta anos expatriado na Argentina não afrouxaram um labor incansável, dando razão ao dito “descansar é começar a morrer”. Ficaram discípulos seus, uma obra multímoda, e a gratidão em muitos países da América Latina. Viveu com “a espinha dourada no coração”, a saudade da sua Espanha onde não voltaria mais. A adversidade deu-lhe â ânsia de que fez força e resistência.